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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CULTURA, DIVERSIDADE CULTURAL E EDUCAÇÃO



Ao falar sobre ética e cultura, a primeira questão que se coloca é a importância de se entender a relação cultura e educação. De um lado está a educação, e de outro, a idéia de cultura como o lugar, a fonte de que se nutre o processo educacional para formar consciências. A cultura é, pois essa dinâmica de relacionamento que o individuo tem com o real dele, de onde vem os conteúdos formativos.
Há um sistema educacional no Brasil, uma organização social da cultura que conflui para a educação e que veio do sistema discriminatório da sociedade escravagiasta do passado. Assim, dentro desse sistema discriminatório temos elites.
A organização social da cultura sempre foi empenhada em distinguir, para poder marcar posições de classe social. Então, temos de um lado, essa elite socioecomonica e cultural e de outro lado, a massa que é analfabeta. Porém é preciso deixar claro que não ser letrado não significa não ser culto. É possível ter sabedoria, ter cultura, no sentido de uma instrumentalidade para lidar com o real, sem passar pela letra.
Reconhecer a diversidade cultural implica relativizar um pouco o saber e a memória nacional preservada na forma de livro, na forma de obra de arte, de monumentos, de arquivo. O reconhecimento dessa diversidade cultural pode obrigar à revisão de si mesmo, pode levar a educação a desembarasar-se do peso de ter se tornado máquina de produção de profissionais e diplomas burocratizastes.
A função do professor é cada fez mais a função de um controlador de linguagem, de um iniciador, de alguém que faz uma mediação entre o estudante e os equipamentos tecnológicos, e os saberes crescentemente maiores, administrados pela tecnologia. Há uma mudança no papel do professor, ele não é mais o que detem em ternos absolutos o saber, e é o que detem a porta, uma passagem, o que faz a mediação.
A educação já não é um meio tão seguro e tão claro de ascensão social pra todo mundo. Ela pode significar ascensão social para alguns que se super qualificam para as ocupações criadas pelas modificações na estrutura positiva.
A educação difere na informação pela radicalidade ética. Ética significa neste caso, abrir o horizonte de realização humana. A ética é um horizonte aberto par a realização humana, para criação humana. Ter soberania é ter saber próprio e este saber próprio é dado por educação e por pesquisar, e não por informação pura e simples.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PARA REFLETIR ... DIVIDIR...

ARISTÓTELES - REVOLUÇÃO DA ALMA


“Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém!
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo.
A sua paz interior é a sua meta de vida.
Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.
Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longes demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje.
Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se.
Você é reflexo do que pensa diariamente.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor.
Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está "pronto“ para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais.
E, não se esqueça nunca de agradecer.

Agradeça tudo que está em sua vida neste momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.
Se você anda repetindo muito: “eu preciso tanto de você” ou, “você é a razão da minha vida” - cuide-se.
É lícito afirmar que são prósperos os povos cuja legislação se deve aos filósofos.
A inteligência é a insolência educada.
Nosso caráter é o resultado de nossa conduta.
Egoísmo não é amor, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios.
O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos.
Ser feliz é ser auto-suficiente...
Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência.

O GRANDE MESTRE PAULO FREIRE: algumas palavras




Paulo Freire sempre se recusou a separar o professor do educador. O trabalho docente do ensinar/aprender do professor participa de um processo de construção de pessoas humanas, de culturas e de sociedades. O primeiro educador é o professor. É aquele que vive o pensamento, a teoria, a ordenação do processo de ensinar/aprender através de sua própria prática docente. Segundo as idéias de Freire, por algum momento um educador pode não estar sendo um professor, mas um autêntico professor estará sendo sempre um educador. Freire quando fala em docência, deixa claro que esta só existe com discência, ou seja, com uma constante aprendizagem. “Ensinar inexiste sem aprender”. (FREIRE, 1999, p. 26). A possibilidade que o professor possui para envolver o aluno é pela vontade de querer saber mais. Não há ensino sem pesquisa, pois pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

E o educador enquanto personagem inserido no mundo da vida precisa não apenas ensinar conteúdos, mas também a pensar certo. Sendo que o ensino dos conteúdos implica o testemunho ético do professor. A boniteza da prática docente se compõe do anseio vivo de competência do docente e dos discentes e de seu sonho ético. O professor não pode ser alheio ao que ensina por isso que, ensinar exige reflexão critica sobre a prática. Pois,

nenhuma formação docente verdadeiramente pode fazer-se alheada, de um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, afetividade, da intuição ou adivinhação.(FREIRE, 1999, p. 51).

Um dos saberes necessários à formação docente é saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Como professor, devo respeitar a dignidade do educando, sua autonomia e sua identidade. O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda, que não se esforça para estar a altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. Pois, a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor.

A luta dos professores em defesa de sue direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética. O combate em favor da dignidade da prática docente é tão parte dela mesma quanto dela faz parte o respeito que o professor deve à identidade do educando, à sua pessoa, a seu direito de ser.

O currículo, para Freire, não pode ser reduzido a um conjunto de conhecimentos, distribuídos em diferentes disciplinas, organizados em seqüência a serem repassados ou transmitidos pelos professores aos alunos. Ele se preocupa com a redução do currículo a conteúdos estáticos, desconectados da experiência social e cultural dos educandos. Esses conteúdos passam a ser depositados, os educandos depositários, recipientes e os professores os depositantes, conceituada por Paulo Freire de educação bancária.

Ele está mais preocupado com o sujeito da ação educativa do que com os conteúdos da ação educativa. Partir dos educandos será o melhor caminho para pensar no currículo e na prática educativa. Quando o currículo é pensado como uma relação entre sujeito, entende-se porque Freire insiste em postura docentes e nas relações humanas na prática educativa. A postura mais importante será reconhecer que cada educando é gente. Paulo fala em uma série de valores que fazem parte da relação do sujeito educador com o sujeito educando, entre eles, o diálogo, a sensibilidade e o amor.

O que é importante no currículo é essa condição de que somos seres inconclusos. Que o educador também está em permanente processo de ser, de se formar. Quanto mais abertos, se está à cultura, ao conhecimento, aos aprendizados das vivências que se experimenta, quanto mais se aprende a arte de viver, melhores conteúdos estará se levando para a relação pedagógica. Estes são os conteúdos, os conhecimentos, os saberes humanos, sociais e culturais que para Freire são o cerne de um currículo.

A pedagogia de Paulo Freire, tendo o método de alfabetização voltado a educação de jovens e adultos, têm como idéia principal à prática de liberdade. O método de alfabetização não ensina a repetir palavras, não se restringe a desenvolver a capacidade de pensá-las segundo exigência lógicas do discurso abstrato; simplesmente coloca o alfabetizando em condições de poder re-existenciar criticamente as palavras de seu mundo, para, na oportunidade devida, saber poder dizer a sua palavra. Isso porque, alfabetizar é conscientizar; conscientização que não é apenas conhecer ou reconhecer, mas opção, compromisso.

Com o método de Freire, os alfabetizandos partem de algumas poucas palavras que lhe servem para gerar seu universo vocabular. Antes, porém, conscientizam o poder criador dessas palavras: são elas que geram o seu mundo. São significações que se constituem em comportamentos seus. Assim, ao visualizarem a palavra escrita, em sua autonomia, já estão conscientes da dignidade de que ela é portadora, a alfabetização não é um jogo de palavras, é consciência reflexiva da cultura, abertura de novos caminhos. A palavra é entendida aqui, como palavra e ação. Palavra que diz e transforma o mundo. Nesse sentido, alfabetizar-se não é aprender a repetir palavras, mas a dizer a sua palavra, criadora de cultura.


BIBLIOGRAFIA


BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores. 3.ed. São Paulo: Arte e Ciência, 1998. 137p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 30. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 184p.
_____. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
12.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. 165p.
_____ . Para trabalhar com o povo. 2.ed. São Paulo: CCJ, 1992. 20p.
_____. Educação e mudança. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
_____.Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. 2.ed. São Paulo: Olho D’ Água, 1993. 127p.
_____. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 245p.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 8.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993